é tempo de

é tempo de visita, tempo de troca de estação, tempo de Jack, tempo de abóbora
é tempo de falta de tempo pra postar minha receita de de abóbora recheada com legumes e curry, que eu fiz pra receber uma amiga num almoço de sábado, antes do ultimo halloween quando o que eu mais via nos blogs de culinária era receitas com abóbora e as abóboras do mercado estavam lindas e baratas!

nos livros de receita, as abóboras recheadas sempre chamavam minha atenção e até achei que fosse mais complicado fazer, que nada!
eu usei basicamente abóbora japonesa, temperos e legumes, tudo que se tem em casa e no mercado na frente de casa, o toque especial foi adicionar minha ultima caixa de pasta de curry que trouxe do intercâmbio pra Taiwan (sim, ainda preciso fazer um post pra falar sobre a comida de lá), uma garrafinha de leite de côco e por ultimo o telefone, não pra receita claaro, mas pra convidar minha amiga que eu não via a um tempão pra almoçar comigo no sábado!

como tenho aula sábado de manhã, preparei a receita na sexta de noite, aí chegaria em casa e só ligaria o forno pra aquecer e servir!

e foi assim:

a abóbora eu já comprei cortada ao meio, então em casa só lavei bem a casca com uma escovinha e tirei o miolo
depois disso foi o tempero, no meu caso com azeite de oliva, sal, pimenta do reino, pimenta calabresa, não sei se foi loucura minha mas coloquei um restinho do pesto que eu tinha preparado pro almoço e tava la na geladeira pedindo pra ser usado
então embrulhei com papel manteiga porque não tinha papel alumínio em casa, detalhe básico que a gente supera!
enquanto a abóbora assava no forno em temperatura alta por uns 40 minutos,
fui escolhendo os vegetais pro recheio
usei cenoura em rodelas finas, repolho em tirinhas, vagem picadinha, couve flor em pedaços pequenininhos e o miolo da abóbora com semente e tudo já que semente de abóbora faz tão bem...
fiz um refogado dos legumes, dourando alho e cebola e colocando os legumes na panela um de cada vez mas sem cozinhar muito, aí piquei o tablete e pasta de curry e coloquei no refogado com uma garrafinha de leite de côco pra dissolver o curry
sal, pimenta e cheiro verde a gosto no refogado

bom depois dessas duas etapas, foi só tirar a abóbora do forno, rechear com o refogado e cobrir de novo com o papel manteiga!
deixei tudo dentro lá dentro do forno desligado mesmo, pra ir pegando o gosto do curry até o dia seguinte quando cheguei em casa depois da aula e só liguei o forno pra aquecer

o resultado da receita foi esse da foto
e do meu almoço de sábado foi o papo colocado em dia durante e depois do almoço quando sentamos no sofá e conversamos sobre planos, viagens, minha experiência como vegetariana, saúde e até sobre crudivorismo que era algo que eu desconhecia,
cohilamos ouvindo Yann Tiersen e até fizemos a unha, passar o dia com as amigas e jogar conversa fora é muito bom!

um pouco mais de cor nesse sabor

Antes de postar a próxima receita, quero colocar aqui algumas lembranças da minha última visita ao mercado municipal de Curitiba, adoro aquele lugar, tão mais completo do que o mercado municipal da minha cidade natal...

Cada cantinho que você passa, vai encontrando aromas, cores, sabores, combinações e texturas novas.

Infelizmente, não vou muito lá porque não costumo sair sozinha pela cidade, além de faltar tempo.

Mas dessa vez eu estava levando um casal de australianos, pais de um intercambista amigo meu, pra conhecer alguns pontos turísticos e achei que não podia deixar de ir no mercado!

É muito legal visitar um lugar desses com gente assim, dá pra mostrar um pouco mais do Brasil e conversar sobre o que eles tem de diferente ou em comum na terra deles.



Enfim, foi uma manhã deliciosa em ótima companhia! Claro que eu aproveitei pra trazer umas coisinhas de lá pro armário da minha cozinha.

Arroz integral pra sushi por exemplo, foi O achado, nem sabia que existia e eu adorei a consistência e o sabor.

Outros ingredientes, pra umas receitas que eu estava programando fazer, em breve estarão todas aqui. Espero!

Nas fotos vemos, corredores do mercado, minha simpática companhia, abóbora moranga, feijão, grãos em geral,castanhas, morango, abacaxi, babosa, pimenta, alho, cebola entre outros...

Substituições

Então, vamos por em prática toda essa iniciativa né!
A primeira coisa que eu fiz depois da minha decisão de não comer mais carne animal, foi procurar as substituições. Porque a única coisa que tinha em mente era soja, carne de soja, salsicha de soja, hambúrguer de soja. Mas tudo comprado pronto e enlatado. Queria algo mais caseiro!
Quando encontrei essa receita de bife de lentilha, minha reação foi. Carne pra quêê se temos lentilha?! hahaha
Achei tanta receita legal, deu pra ver como opção é o que não falta. O negócio é ser criativo mesmo.
E até pra essa receita pronta, tive que usufruir de criatividade.

Cozinhei meio pacote de lentilha na noite anterior, dava pro bife e ainda sobraria pra fazer uma sopinha pra mim. O negócio é que, recebi visita e alguém andou passando pela geladeira e se interessando pela minha lentilha (acontecimento corriqueiro num apartamento de estudantes haha).
Resultado: quando fui fazer os bifes, só tinha mais duas xícaras de lentilha. Até aí tudo bem, podia fazer metade da receita.

Mas sei lá o que desandou, talvez essas duas xícaras de lentilha tinham mais caldo que lentilha, e minha massa ficou bem mole, impossível de modelar bifes com aquilo.
Mesmo assim tentei fritar bolinhos pequenos, colocando na frigideira com uma colher. Mas a consistência não tava muito boa.
Criatividade e bom-senso entraram em cena: comecei a adicionar outros ingredientes e desisti de fritar, assei numa forma retangular e depois cortei em quadrados pra servir.
E não é que ficou bom mesmo! Minha primeira substituição de carne tinha tudo pra dar errado, mas não desisti e me delicieeeeiii! Meus bifes já acompanharam um spaghetti ao molho pesto no almoço, um arroz integral numa janta. E até um creme de curry com legumes que eu pretendo postar aqui ainda!

Bife de lentilha nutritivo - a salvação:

2 xícaras de lentilha bem cozidas, sem escorrer
2 conchas de feijão branco cozido (usei a concha mesmo na hora do desespero nem medi quanto era)
1/2 xícara de um mix de castanha de caju picada e castanha-do-pará picada
1 colher de sopa de quinoa em pó (adoro esse toque nutritivo da quinoa!)
3 colheres de amido de milho
11 colheres de trigo
1/4 de uma ricota
3 ovos
1 colher de sopa de fermento
Temperos a gosto: páprica doce, pimenta do reino, sal, salsinha, cebolinha e manjericão

1 forma retangular untada com óleo e polvilhada com farinha de trigo

Preparo:

Primeiro coloquei a lentilha, feijão branco e as castanhas no liquidicador(visto que não tenho um processador em meu humilde ap).
Aí coloca essa massa numa bacia e junta a ricota, amassando com um garfo e misturando. Hora de colocar os ovos e bater bem.
Junta a quinoa, trigo e maizena e mexe bem, depois o fermento, mexe.
Aí é só juntar os temperos picadinhos nessa massa, e passar pra forma untada e polvilhada.

A forma vai pro forno pré-aquecido a 180°C por 10 minutos, deixa assando por uns 45 minutos ou até ficar marronzinho em cima.

O bife ficou crocante por fora e macio por dentro, amei! Bom apetite!

Da capo

A vontade de começar um blog vem de tempos, mas nunca achei que escrevesse bem pra isso. Não pra fazer poesia, não sou muito boa com rimas. Também não acho que escreva bons contos, minhas tentativas dramáticas demais se resumem em poucas páginas da agenda pessoal que mantenho.
Mas sabia que tinha alguma coisa pra mostrar. E o empurrãozinho que faltava veio da decisão de mudar de uma vez por todas minha alimentação. Adoro cozinhar (tá, na verdade gosto de fazer muita coisa, eu era o tipo de criança que não ia brincar na rua depois do colégio, tava sempre metida em algum curso extra-curricular) e é esse gosto pessoal que vai iniciar meu blog.

Tentando resumir: Sempre tive acesso a uma alimentação mais saudável, era difícil encontrar besteirinhas no armário lá de casa. Sorte minha, mas demorou pra perceber o quanto isso era bom. Era só sair de casa, que eu atacava qualquer guloseima. Quando morei fora por um ano, minha alimentação virou uma coisa louca, comia de tudo e sempre além do que eu realmente precisava. Okay, vamos considerar o fato de estar num lugar diferente e querer conhecer novos sabores e experiências, além disso, tem aquela mania de bom anfitrião de insistir "come mais, mais um pouquinho, experimenta! Não vai provar? Comeu tão pouco, tava tão ruim assim?" que não audava muito.
Além da balança que não parava, minha saúde tava piorando. Voltei pra casa e meio que entrei nas linhas. Aí veio a faculdade, morar fora, dividir apartamento e ser responsável pela comida, menu favorito todo dia e liberdade de cozinhar o que bem entender, a balança começou a berrar de novo.
Até o dia em que recebemos uma visita em nosso apartamento de estudantes. Uma alma feminina pra me acompanhar no meio dos dois caras que dividem ap comigo. Foi quem me indicou o livro Magra&Poderosa, que fala sobre alimentação vegan. Já tinha tentado em casa o vegetarianismo, mas durou dois meses, porque nem todo mundo lá em casa queria mesmo abrir mão da carne. Tenho alguns amigos que são vegetarianos. Então tinha um contato e sempre tive essa possibilidade em mãos. Mas nunca pensei sériamente no assunto, pra decidir algo.
Talvez esse livro não tenha tudo a ver comigo, mas a linguagem que ele usa, dá pra ver que o que ele quer passar é: você é o que você come, sem ladainhas, vai direto ao ponto. Quer ser saudável, não coloque porcaria pra dentro de você! Não pense que esta deixando de comer coisas, se privando, apenas está colocando pra dentro só o que te faz bem.

Acho que foi esse ponto de vista que me fez repensar. Agora é a hora, eu decido, eu preparo e eu recebo os benefícios. Estou duas semanas sem comer carne animal, sem alcool e comendo coisas mais saudáveis. Vai ser assim por pelo menos três meses. Porque to pensando em não deixar de comer peixes e futos do mar. Mas primeiro quero provar que da certo, aí decido depois o que considerar mais sadável.


Ta aí, minha primeira receita é: repensar, abrir a mente, se decidir, se empenhar e receber os benefícios.